sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Other Side of the Mirror


Escrever sobre o que sentimos ou pensamos nem sempre é fácil. É como abrir uma janela para o interior de nós próprios e deixa-la sempre aberta, sem nunca a fechar permitindo que o mundo nos envolva e seja parte de nós. Somos o que somos porque estamos no mundo de janela aberta, dando e recebendo, retirando e esqueecendo. Sou aquilo que o mundo reflecte de mim, tal como um espelho reflecte aquilo que queremos ver e não aquilo que realmente somos. Puder olhar no espelho e acreditar no que se vê é muito simples, não causa sofrimento e não nos decepciona. O grande problema está em olhar no espelho sabendo que somos nós, sou eu, como sou, e não como o mundo à minha volta quer que eu seja. Já tentei mudar tantas vezes que sou incapaz de as contar pelo número de dedos das minhas mãos. Muitas vezes queria a mudança por mim, achava que podia ser melhor nisto ou naquilo, mas a maioria foi pelos outros.

Queria ser aquilo que outrém desejava que fosse, pus de lado sentimentos, pensamentos...a minha verdadeira essência. Então vi-me perdida num mundo que não compreendia, no qual não via e caminhava cega na escuridão, na direcção de um abismo sem fundo. Andei perdida sem que o tempo fosse defenido na minha cabeça mas no meio deste labirinto de emoções e de questões, susti a respiração e voltei à superficie. O seu aspecto tinha mudado, muito tinha desaparecido mas aquilo que realmente interessava estava lá e eu pude ser eu finalmente. Depois de tantos teatros ensaiados, de risos forçados, de palavras ditas em sussurro, pude finalmente gritar a minha pessoa. Renasci.

Hoje ao escrever aqui liberto mais um pouco do meu pequeno mundo, abro um pouco mais a minha janela e deixo o mundo entrar.

Quero dar-lhe mais uma oportunidade pois se não lha der nunca vou puder dar-me uma segunda chance.

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