sábado, 24 de outubro de 2009

Inspirada por uma amiga surgiu este pequeno poema. O tempo para postar aqui no blog nao tem sido muito ja que a vida anda a ser uma correria neste ultimo ano de curso, mas enfim é uma etapa importante e lá tem de ser. Mas o meu caderninho acompanhame para todo o lado!
Palavras para quê?
O que sou e sinto digo-te
Num beijo, numa caricia...
Guardo agora o desejo
De puder mostrar o que sinto
Num leve roçar de pele,
Entre mil e um gemidos
Enquanto me prendes nos teus braços
E eu durmo no teu regaço.

domingo, 30 de agosto de 2009

Quero acordar do pesadelo de não te ver
Da tempestade que é não te puder tocar
Fartei-me das horas não passadas
Dos passeios nunca dados
Os beijos que não foram trocados
As palavras perdidas no vento
Sem nunca terem sido pronunciadas.
Procurei em memórias passadas
Perguntei a minha alma
Quem eras tu?
Mas nem no funda dela consegui descobrir quem eras…
Foste aquele que me iludiu
Me fez acreditar que era possível respirar novamente
Que poderia quebrar as correntes
Deitar fora toda a mágoa e dor.
Afinal agora sei que não passa de uma ilusão
Mais um castelo construído no ar
Mais uma mentira pintada de mil cores
Onde me enredaste tal qual liana
De onde não querias que fugisse
E me fazias prisioneira sem rosto
Sem nome…
Apenas me mantinhas cativa
Desse amor obcecado
Amado por um coração destroçado.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Soldado Perdido

Navegando por mares sem maré
Aportei a porta do teu quartel
Sem saber em que guerra combatias
Sem saber se o teu sangue escorria
Caminhei pelo campo chamando
O nome do soldado perdido
O nome do amor perdido
Amor que não era meu
E sim um amor herdado
Daquela que padeceu
Não dizendo que te amava
Escondendo no coração
A paixão que a consumia
E no peito a doença que a impedia.
O clamor da trompeta soou
Todo o meu ser estremeceu
E de repente o barulho cessou
Nem um som se ouvia.
Ai te vi caminhar
Por entre cadáveres e escombros
Olhando sem ver
Sentindo sem doer.
Abraçaste-me como força
Reconheceras o seu perfume
Sonhaste que estavas com ela.
Contei-te o fado triste
E perdido te sentiste
De joelhos caíste no chão
E ali sem balas ou explosões
Morreste a meus pés…
Com o mundo escurecido
E o coração partido.

sábado, 23 de maio de 2009

Pescador


Pescador que navegas horas sem fim

Buscando sustento entre a maresia

Procuras seguindo sem medo

O amor de costa a costa

A vida de linha a linha.



Remendas as redes que lanças ao mar

Mas sem remedeio está o que pretedes alcançar

Os olhos daquela mulher que vês partir

E que encontras ao chegar, sempre a sorrir.



A tua pele queimada pelo sol

Rachada pela força dos elementos

Une-se numa dança sem par

Com Neptuno calmo ou revoltado

Lutando para chegar a mais um porto abrigado.



Choraste a partida de muitos

Ris-te a alegria das chegadas

Procuras aqueles olhos verdes

Nos quais te perderias de verdade

Sem medo de quebrar a linha

Sem medo de partir o anzol.



Oh pobre pescador!

Porque não chamas a tua amada varina

Vai com ela nessa viagem antiga

Caminhando juntos lado a lado

Dirijam-se à cama fria

Façam a vossa despedida final

Acenando aquela barca esquecida

Abraçando um destino sem par

Recomeçando uma e outra vez

Uma nova pescaria...

Uma nova viagem.




terça-feira, 5 de maio de 2009

Afrodite


Procurando-te
Buscando-te
Sem saber por onde começar
Por onde acabar de gritar
Gritando teu nome
Para não perder a fé
Chorei, Sorri, Receei
Levada pela lua serei
Para te descobrir sentada
No alto de uma estrela
Usando a tua voz de encanto
Para solucionar o desencanto
Do que é amar e perder
Sem ter como voltar
Envolta no manto de pranto
Envolta num mar de paixão sem fim
Chorando o amor derramado
O tempo desperdiçado
A desgraça que se abarca
Como a fúria de um batel
Que ondula neste corpo de fel salgado
Quebrando a cada beijar
Sonhando a cada nova enseada
Aportando no aconchego desse abraço
Nesse de regaço de Afrodite
Nessa esperança de voltar
A navegar nesse batel
A adoçar o fel.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Folha de Papel


Folha de papel
Esquecida entre o pincel
Sem desenhos ou borrões
Sem pinceladas ou corações
Jaz aqui
Inerte e fria.

Que segredos esconderá
Que histórias contará
Que loucura causará
Loucura de amor?
Sofrimento?
Paixão?
Ou será apenas mais um alento
Deste dom que é a razão.

Razão sentida
Em sentimentos desconexos
Em lugares descobertos
Por entre cada pincelada
E cada lata de tinta derramada.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Sonho real

De olhos postos em ti
Atravessei a ponte e corri
Ao ver-te à espera bem lá ao fundo
Sorri e respirei fundo
Afinal estavas ali
Não tinha sido um sonho
Não tinhas sido apenas mais um dos meus castelos construídos no ar
Eras real.
Quando cheguei junto a ti
O teu sorriso tinha doçura, candura…
Envolveste-me nos teus braços
Rodopiaste-me no ar
E beijaste-me
Com a intensidade do luar
E a loucura do que é amar.
Demos as mãos e caminhámos
Numa direcção sem destino
Num caminho sem contorno
Envoltos neste nevoeiro tonto
Que nos impede de ver
Que independentemente do caminho
O principal é o porto onde iremos chegar
O coração no qual iremos aportar
E acima de tudo
O sonho da qual não quero acordar.