quinta-feira, 2 de julho de 2009

Soldado Perdido

Navegando por mares sem maré
Aportei a porta do teu quartel
Sem saber em que guerra combatias
Sem saber se o teu sangue escorria
Caminhei pelo campo chamando
O nome do soldado perdido
O nome do amor perdido
Amor que não era meu
E sim um amor herdado
Daquela que padeceu
Não dizendo que te amava
Escondendo no coração
A paixão que a consumia
E no peito a doença que a impedia.
O clamor da trompeta soou
Todo o meu ser estremeceu
E de repente o barulho cessou
Nem um som se ouvia.
Ai te vi caminhar
Por entre cadáveres e escombros
Olhando sem ver
Sentindo sem doer.
Abraçaste-me como força
Reconheceras o seu perfume
Sonhaste que estavas com ela.
Contei-te o fado triste
E perdido te sentiste
De joelhos caíste no chão
E ali sem balas ou explosões
Morreste a meus pés…
Com o mundo escurecido
E o coração partido.