terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Tenho andado tão atarefada, tão cheia de trabalhos,preocupações, saídas, etc que os meus cantinhos têm sido negligenciados mas nunca esquecidos. A confusao dos ultimos tempos tem sido muita: stress, frequencias, saidas, trabalhos, compras, etc.... E sem dar conta já chegou o Natal! Fogo o tempo tem passado a correr e os anos cada vez passam mais rápido e a vida tende a fugir-nos entre os dedos tal qual areia fina. A juntar a isto tambem estou quase a completar 22 anos de existencia! Nem consigo acreditat ao pensar nisso...é realmente muito tempo nesta minha pequena participaçao no teatro da vida e muito pouco tempo na companhia de todos os que amo.
Entre estes muitos momentos de azafama dos meus ultimos dias e em mais uma das minhas tentativas de conseguir manter organizada a minhassecretária (ou pelo menos segui o conceito comum de organização) descobri o meu primeiro livro de poesia e que me recorda a primeira vez que mostrei o que escrevia de poemas. Devia ter uns 8 anos, andava na escola primária e a minha professora uma alma caridosa que me aturava e que nos incutia o gosto pela literatura quer fosse em termos de leitura quer em termos de escrita, propocionou-nos alguns encontros o o Sr. José António Franco e nos levou a conhecer o gosto pela poesia e por os textos deste. O livro já está muito velhote, a cor a desbostar be aamrelar pelo passar dos anos e pelo uso. Guardo-o com um carinho especial e leio com ternura e hoje como voto de incentivo e lição de vida a dedicatória feita. Relembra o meu primeiro contacto "oficial" com alguem que gostava tanto de poesia como eu. Aqui deixo transcrito um dos poemas que compõem o livro "Pedra Fecunda" e por a qual me apaixonei desde menina e o qual me fascina desde então:

" esmagar o poema até ao sexo das palavras
falemos antes da incadescencia dos sons
dos sorrisos secretos em carne enigmatica
da pureza insubmissa do absurdo
do futuro incompleto e distante
dos fantasmas das cavernas do desespero
da inocencia dos animais piedosos
do fervor das noites que se desfazem
do arrebatamento da locura indiferente
da cortesia fácil da paisagem
da nausea do sonho
da causalidade da inconsistência
das substancias dos poder
dos excrementos da paixao
das putas que pariram os ditadores
merda merda
a exaltaçao dos calhaus que chocalham
nas silabas metaforicas dos meus olhos
sao a torrente de lava que o horizonte
derrama
quando o poema irrompe"

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