sábado, 23 de maio de 2009

Pescador


Pescador que navegas horas sem fim

Buscando sustento entre a maresia

Procuras seguindo sem medo

O amor de costa a costa

A vida de linha a linha.



Remendas as redes que lanças ao mar

Mas sem remedeio está o que pretedes alcançar

Os olhos daquela mulher que vês partir

E que encontras ao chegar, sempre a sorrir.



A tua pele queimada pelo sol

Rachada pela força dos elementos

Une-se numa dança sem par

Com Neptuno calmo ou revoltado

Lutando para chegar a mais um porto abrigado.



Choraste a partida de muitos

Ris-te a alegria das chegadas

Procuras aqueles olhos verdes

Nos quais te perderias de verdade

Sem medo de quebrar a linha

Sem medo de partir o anzol.



Oh pobre pescador!

Porque não chamas a tua amada varina

Vai com ela nessa viagem antiga

Caminhando juntos lado a lado

Dirijam-se à cama fria

Façam a vossa despedida final

Acenando aquela barca esquecida

Abraçando um destino sem par

Recomeçando uma e outra vez

Uma nova pescaria...

Uma nova viagem.




terça-feira, 5 de maio de 2009

Afrodite


Procurando-te
Buscando-te
Sem saber por onde começar
Por onde acabar de gritar
Gritando teu nome
Para não perder a fé
Chorei, Sorri, Receei
Levada pela lua serei
Para te descobrir sentada
No alto de uma estrela
Usando a tua voz de encanto
Para solucionar o desencanto
Do que é amar e perder
Sem ter como voltar
Envolta no manto de pranto
Envolta num mar de paixão sem fim
Chorando o amor derramado
O tempo desperdiçado
A desgraça que se abarca
Como a fúria de um batel
Que ondula neste corpo de fel salgado
Quebrando a cada beijar
Sonhando a cada nova enseada
Aportando no aconchego desse abraço
Nesse de regaço de Afrodite
Nessa esperança de voltar
A navegar nesse batel
A adoçar o fel.