Pescador que navegas horas sem fim
Buscando sustento entre a maresia
Procuras seguindo sem medo
O amor de costa a costa
A vida de linha a linha.
Remendas as redes que lanças ao mar
Mas sem remedeio está o que pretedes alcançar
Os olhos daquela mulher que vês partir
E que encontras ao chegar, sempre a sorrir.
A tua pele queimada pelo sol
Rachada pela força dos elementos
Une-se numa dança sem par
Com Neptuno calmo ou revoltado
Lutando para chegar a mais um porto abrigado.
Choraste a partida de muitos
Ris-te a alegria das chegadas
Procuras aqueles olhos verdes
Nos quais te perderias de verdade
Sem medo de quebrar a linha
Sem medo de partir o anzol.
Oh pobre pescador!
Porque não chamas a tua amada varina
Vai com ela nessa viagem antiga
Caminhando juntos lado a lado
Dirijam-se à cama fria
Façam a vossa despedida final
Acenando aquela barca esquecida
Abraçando um destino sem par
Recomeçando uma e outra vez
Uma nova pescaria...
Uma nova viagem.